segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Baixo Vouga, Visitas ambientais guiadas, perturbadas por caçadores

Baixo Vouga
A iniciativa é de alguns particulares que querem acabar com a actividade cinegética no local, onde se realizam visitas periódicas de educação ambiental, situação que consideram "insólita".
Visitas ambientais guiadas perturbadas por caçadores Uma petição pelo fim da caça na região do Baixo Vouga foi colocada na Internet para recolher assinaturas, com vista a ser entregue aos ministros da Agricultura e do Ambientem a actividade cinegética no local, onde se realizam visitas periódicas de educação ambiental, situação que consideram "insólita". A biodiversidade do Baixo Vouga Lagunar é observada por crianças de escolas de todo o país, grupos de idosos e turistas, mas não raras vezes, são surpreendidos pela presença de tiros de caçadeira. Apesar da riqueza ambiental que se pretende preservar e que levou à dinamização do projecto BioRia pela Câmara de Estarreja, a área está integrada numa Zona de Caça Municipal e os caçadores chegam a estar a escassos metros dos visitantes. "Não sou contra a caça nem contra caçadores, mas acho estranha a existência de um percurso de sensibilização ambiental e estudo da natureza com a actividade caça. É insólito ver crianças de escolas a passear e a tentar observar aves no mesmo local em que andam caçadores aos tiros", comenta Luís Oliveira, um dos promotores do abaixo-assinado. Rui Brito, responsável pelo BioRia, confirma que o problema existe, mas afirma que a equipa do projecto é alheia ao abaixo-assinado, admitindo, contudo, que a sua a origem informal e "espontânea" seja uma consequência da sensibilização ambiental que o BioRia tem incutido nas pessoas que residem na área. "É complicado fazer visitas guiadas para as escolas e ter caça ao mesmo tempo. Já tive visitas em que os caçadores estão a 100, a 50 e até a 20 metros dos grupos de visitantes que ficam chocados com a situação", disse à Lusa. O que mais preocupa Rui Brito são as condições de segurança: "o mais grave é a possibilidade de ocorrer algum acidente, o que, felizmente, até agora nunca aconteceu". Segundo o responsável do BioRia, o percurso recebe uma média mensal de seis visitas, em grupos de 40 a 50 pessoas, sobretudo crianças das escolas, idosos e caminhantes, de vários pontos do país, mas sobretudo dos distritos de Aveiro, Porto e Braga, além das visitas livres. "É um contra censo promover o turismo da Natureza, mesmo em termos internacionais, e depois as pessoas chegam ali e está gente a caçar", considera Rui Brito, esclarecendo que a actividade cinegética se faz sentir sobretudo às quintas-feiras, domingos e dias feriados. O projecto BioRia, impulsionado pela Câmara de Estarreja, pretende conservar a biodiversidade do Baixo Vouga, aproveitando a área para a educação e sensibilização ambiental e promovendo o ecoturismo. O Baixo Vouga Lagunar, em grande parte pertencente ao concelho de Estarreja, faz parte da vasta zona húmida portuguesa da Ria de Aveiro, cujo património natural, é reconhecido no contexto nacional e internacional, pelos numerosos estatutos de protecção atribuídos.
Transcrito de notícias da Sic on-vida.

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